- Estás pronta mãe? - Ai Xana, não sei. Queria tanto fazer isto mas agora parece uma loucura! Acho que a coisa não vai correr bem! - Mãe, relaxa! Eu e o mano estamos aqui! Claro que vai correr bem! Temos muito orgulho em ti! E sabemos o quão importante isto é! - Xana deu um abraço à mãe. Viu-a encaminhar-se para junto do instrutor que a levaria ao céu…literalmente!
Maria, a mãe, tinha esclerose múltipla. Sendo ela enfermeira, sabia desde o diagnóstico o que o mesmo significava. O que poderia vir a perder...mas não queria de todo toldar a sua vida pela doença. Queria ser feliz. Queria poder continuar a acompanhar os filhos, mas também queria continuar a lutar pelos seus sonhos. Hoje, como prenda de aniversário, os filhos ofereceram-lhe um salto de paraquedas, algo que ela queria fazer desde sempre. Queria sentir a adrenalina de não sentir os pés no chão e mesmo assim sentir-se em segurança.
Hoje era o dia. E, por muito que agora até lhe estivesse a faltar a coragem, não podia desistir. Tinha de mostrar a si própria que era capaz, mas acima de tudo, queria mostrar aos filhos que não deviam desistir dos sonhos deles, acontecesse o que acontecesse. Há circunstâncias na vida que não estão ao nosso alcance de alterar; a doença dela era uma delas.
Mas tinha de mostrar que uma doença não é um atestado de óbito. Muitas vezes, é só o salto para perseguirmos o que nos faz realmente feliz.
Estamos em casa desde domingo. O Piolho piorou e tivemos de ir à Urgência. Nada de muito grave, mas muita febre, falta de apetite e muita tosse que não permitem mandá-lo para a creche assim (nem o meu coração aguentava).
E isto fez-me pensar na polémica que se gerou a semana passada quando foi anunciado que as baixas por assistência médica aos filhos iam passar a ser pagas a 100% e que as mães/pais se iam aproveitar disso...
Não sei como é capaz alguém de pensar tamanha barbaridade. Ver os nossos filhos doentes é a pior coisa que pode acontecer. Estou há três dias em casa com ele e só queria poder ir trabalhar. Era sinal que ele estava bem, que estávamos os dois. Ver o meu filho doente e eu não poder fazer nada é uma sensação de impotência tão grande que jamais poderia pensar em brincar com isso. Mas sabem o quanto estou desgastada? O quanto cansa noites sem dormir, dias com ele sempre a choramingar, sempre inquieto, sempre triste? O quanto é cansativo passar quase uma hora para lhe dar alguma comida quando em circunstâncias normais não dou vazão às colheres para a boca dele?
Não sei quem são as mulheres (que a maioria desses comentários são feitos por elas!) que são capazes de dizer isto. Mas com certeza, nunca foram mães.
"I decided long ago Never to walk in anyone's shadows If I fail, if I succeed At least I'll live as I believe No matter what they take from me They can't take away my dignity"
Apesar de ser de 1985, esta é uma das grandes. Das que todos devíamos ouvir. E não esquecer. Quando duvidarmos de nós próprios, do nosso amor próprio..está aqui a música!
Resumo: "Chamo-me Elena e era um ser humano. Agora sou escrava sexual. Se estiver a ler este diário, estou morta ou consegui fugir..."
Sabem aquelas coisas que lemos e nunca mais esquecemos? Este livro, apesar de ser mesmo pequeno (li em versão e-book e demorei não mais de 3h no total), é um desses casos. Cada página do diário é um murro no estômago. Porque por muito que seja um livro, é real.
O tráfico sexual é uma (triste) realidade. Segundo o Relatorio sobre o Trafico de Pessoas de 2007, todos os anos 800.000 pessoas são traficadas por fronteiras internacionais. É um número demasiado grande e assustador, mas real.
Leiam. Vale apena...nem que seja só para pensar neste flagelo (e rezar para nunca o vivermos de perto).