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Nas Nuvens de Um Terceiro Andar

Qui | 17.01.19

À Conversa nas Nuvens - Joana Marques

Nuvem

É a dona do quiosque mais famoso da Blogosfera: o “Quiosque da Joana” é o seu espaço, mas já é um ponto de passagem obrigatória e diária para quase todos nós.

A Joana enche-nos com as suas histórias diárias de uma família perfeita. Grávida da Mariana e já mãe da Alice, a Joana e o Pedro lideram uma casa ainda com a companhia do Vasco, o fiel cão da Joana, e a Gabriela, a nova aquisição e filha do Vasco.  A Joana partilhou sempre com os seus seguidores um pouco da sua vida e acedeu, agora, a também partilhar um pouco de si aqui connosco.

 

Olá Joana. Antes de mais, obrigada por estar aqui. Como é ser dona do Quiosque mais visitado da Blogosfera?

É o quiosque mais visitado da Blogosfera? Acho que não…

Se for o mais visitado é porque se calhar só há este..

Se me perguntares como é ser dona do Quiosque…

…é maravilhoso! Sobretudo pelas pessoas que me visitam..

…os conteúdos, enfim…é o que temos!

 

Quando criou o blog, alguma vez pensou que ia ser um espaço tão visitado e com tanto sucesso?

Não!

Este blog não é o primeiro blog que tenho. Os outros viveram 2 ou 3 posts e depois morreram. Eram temáticos. Quando era hospedeira criei um blog para contar as peripécias que me iam acontecendo, passados uns dias achei que não tinha tempo, paciência e que ninguém ia ler e morreu. Quando andava a pintar aguarelas desenfreadamente criei um blog sobre aguarelas, morreu. Tive uma fase em que bordava, criei um blog, morreu, também. E por aí fora. Até chegar ao Quiosque não posso sequer dizer que desbravei caminho, porque duraram tão pouco tempo que não fiquei sequer com a ideia do que é ter um blog.

E porque é que este blog vingou?

Porque está no Sapo. Os outros blogs que fiz estavam noutras plataformas.

E porque é que estar no Sapo é importante? Porque quando temos um destaque dá-nos a conhecer a mais pessoas. Se as pessoas gostarem voltam. Respondendo à pergunta inicial, não pensei que tivesse tantas visitas como as que tenho hoje mas a verdade é que o blog é um blog modesto. Sei a receita para o tornar mais visitado mas não a vou usar. Se me mostrasse, a mim, a minha cara, a minha casa ou a minha família tenho a certeza que as visitas e as visualizações iriam subir em flecha mas não há preço que pague a minha privacidade e por isso a minha vida quase só aparece em texto e muito poucas vezes em imagem. Atenção! Não tenho nada, absolutamente nada contra quem o faz. Aliás neste ponto o meu marido é muito mais descontraído do que eu. Tenho ideia que se o blog fosse dele não se importava de contar as histórias com imagens. Neste momento andamos os dois a tentar decidir se publicamos a fotografia da Mariana quando ela nascer. Ele acha que sim…eu…ainda estou a pensar.

 

Nos comentários que podemos ler às suas mais variadas publicações, nota-se muito carinho por parte dos teus seguidores. Isso comove-a?

O que eu vou dizer pode parecer estranho mas é a mais pura das verdades. Sempre fui um bicho-de-mato. Ao longo da minha vida sempre tive alguma dificuldade em me relacionar com os outros. Homens ou mulheres. Parece-me que por razões diferentes.

Sempre fui muito independente e segura de mim e isso mexeu sempre muito com as pessoas. Não tenho muitos amigos e a base da minha vida sempre foi a minha família, somos muito unidos, eu e os meus irmãos e os meus primos. Para mim era mais do que normal estar a trabalhar e não sentir qualquer necessidade de fazer amigos. Na minha cabeça sempre esteve muito bem definido a diferença entre trabalho e amizade. É óbvio que se pode juntar mas não tem de acontecer porque são coisas diferentes. Para mim ir a um jantar com colegas nunca fez muito sentido, por exemplo. Eram só meus colegas. Se tinha de ir almoçar com um cliente da empresa por exemplo, fazia-o porque encarava isso como trabalho e como era trabalho tinha de ser feito. Tudo o que considerava lazer deixava passar…

Quando cheguei ao blog é óbvio que vinha com este espírito. E trocaram-me as voltas. E deram-me uma lição!

Se me comoveu? Comove-me todos os dias. Pessoas que eu não conheço mas que neste momento acho que até conheço e algumas bastante bem que me deram a mão e me têm ajudado em momentos cruciais da minha vida. É verdade que o muro que existia entre a minha pessoa e o resto do mundo ainda não se desfez por completo. Mas como se diz...o caminho faz-se caminhando….

 

Tem mostrado, em bom, a sua vivência no campo na sua casa do Alentejo. É importante para si que a Alice, e mais tarde a Mariana, tenham noção de onde vêm as coisas? Que conheçam mais para além da cidade onde vivem?

Sim, muito importante. Não só para elas como para mim e para o Pedro. E não tem só a ver com a noção de onde vêm as coisas. Tem a ver com a própria vida. Com a vida real. Ficarei muito triste como mãe se um dia perceber que uma das minhas filhas faz perguntas no instagram do tipo: “fazes xixi à frente do teu namorado?” ou “que mama tens maior, a esquerda ou a direita?” como já vi em miúdas que já não são bem miúdas. Espero passar-lhes valores para poderem ser pessoas de verdade. Valores familiares, de educação, de trabalho, de saber estar e comportar. Eu e o Pedro vamos ser muito rigorosos nesse ponto (porque somos iguaizinhos e acreditamos nas mesmas coisas) e para isso temos nós de ser assim. Uma criança aprende não por ouvir mas por ver fazer. Por isso é tão importante o nosso exemplo. E não só, tudo o que as envolve. A verdade é que Portugal não é só Lisboa, pelo contrário há muito mais vida para além de Lisboa.

Com o ladrão do Vasco por perto espero não estar a criar pequenas criminosas… ;)

 

O Vasco está a gostar de partilhar atenções com a Gabriela?

O Vasco é superior a isso. O Vasco não se considera um cão. Na verdade, não sei bem o que é que ele acha que é, penso que será algo entre um rei e um ditador. Obedece quando quer e quando ele quer. Felizmente é um cão com bom coração ou teríamos um problema grave. É sempre gentil com aqueles que acha mais fracos ou que sente que estão fragilizados. Recebeu sem qualquer ciúme a vinda da Alice e agora a da Gabriela. Também recebeu bem o Pedro mas se o homem me abraça demasiado o cão põe logo um ponto final no assunto. Para o Vasco eu sou propriedade dele, ele faz o especial favor de me partilhar com os outros desde que seja com conta, peso e medida…

 

A Alice já tem noção de que vai ter uma irmã?

Acho que não. Ela vê-me a ficar com uma barriga cada vez maior mas ainda é muito pequena para perceber o que vai acontecer. Nós falamos muito da Mariana com ela e entre nós. A Mariana já é um dos nossos como se já tivesse nascido. Por exemplo, antes da Alice ir dormir leio-lhe uma história e digo-lhe que lhe vou ler uma história a ela e à Mariana e a Alice faz festinhas na minha barriga. Tenho ideia que na cabeça dela a Mariana é algo que está na minha barriga ponto final. É óbvio que ainda não percebeu que um dia destes vai-lhe entrar casa adentro uma irmã.

 

É difícil gerir o tempo quando se trabalha a partir de casa?

Depende. Pode ser mais fácil. Ou não.

Existem vários perigos.

Quem trabalha em casa tem de saber desligar. Saber e conseguir fechar a porta do escritório e ir de fim-de-semana mas também o contrário! Nas horas em que está a trabalhar não deve ir ajeitando o arroz de polvo e a máquina da roupa. Trabalhar em casa deve ser encarado como se trabalhasse fora com a vantagem de não apanhar trânsito e demorar um minuto a chegar.

No meu caso tem sido muito positivo e se tiver de voltar a trabalhar num outro local que não seja em casa vou adaptar-me claro, mas vai-me custar.

Normalmente começo o dia como toda a gente, banho, pequeno-almoço, despachar a miúda. Muitas vezes o Pedro oferece-se para deixar a Alice nos meus pais mas gosto de ser eu, exatamente para criar aquela ilusão de que vou trabalhar. Quando volto de casa dos meus pais começo a trabalhar como se estivesse num escritório de uma empresa. Paro à hora de almoço. E volto logo a seguir. Nunca trabalho de pijama, por exemplo. Porque se estivesse a trabalhar no escritório onde trabalhei em Lisboa não ia estar de pijama. Ajo exatamente como se estivesse numa empresa normal… embora esteja em casa.

 

Tem partilhado muitas das suas receitas mais saudáveis. Na gravidez não tem tido aqueles famosos desejos de coisas menos saudáveis?

Não. Nem por isso.

A minha gravidez tem sido meio atípica. Não tenho tido sintomas nenhuns. Se não fosse a minha barriga a crescer e uma pequena sereia a movimentar-se cá dentro, ia achar com toda a certeza que as ecografias eram uma fotomontagem. Isso e a vontade de fazer xixi. Cruzes canhoto…já estive mais longe de me mudar de armas e bagagens para a casa de banho.

 

O Pedro está preparado para viver numa casa só de mulheres? O Vasco nem sempre fica do lado dele 😉

O Vasco só gosta dele se o homem estiver perto dele  com um prato de comida ou então escusa de aparecer….

O Pedro está nisto de livre e espontânea vontade. Foi ele que me pediu em casamento…agora tem de se aguentar…

Mas…

…..a Alice trata o pai a pão de ló! E a Gabi também anda caidínha por ele. Para não falar da Joana aqui de casa que lhe tremem as pernas sempre que o homem olha para ela. Acho que está bem entregue! Este homem tem qualquer coisa que nos faz querer hipotecar os rins só para poder ficar com ele!

 

Dois cães, duas filhas, um marido exemplar… é a definição de felicidade?

Antes de ter cão, filha Alice, marido. filha Mariana e Gabi, já era feliz.

É óbvio que com eles a felicidade é diferente e é melhor. A felicidade ou os momentos felizes sabem melhor quando partilhados mas..

… a felicidade é algo que começa em nós, tantas pessoas que conheço que têm o mesmo que eu tenho ou mais e pressinto que não são felizes. E tantas outras pessoas que aparentemente não têm nada ou não têm ninguém mas que encontraram forma e são felizes à sua maneira.

A minha vida não é perfeita. Aliás, nunca foi. Há dias e dias. E por aqui há dias de levantar as mãos ao alto e querer saltar fora do barco. Mas aprendi desde muito nova sobretudo com a minha avó Maria a não abandonar o barco, a ir a jogo e a jogar para ganhar. Quando falo em ganhar não estou a referi-me a bens materiais …. ;)

Se tenho a sorte de ter encontrado estas pessoas para a minha vida vou fazer das tripas coração para as fazer felizes o maior tempo que conseguir… e vou dar luta à infelicidade todos os dias…

joana56.jpg

(Foto cedida por Joana Marques)

 

 

Acompanho o Quiosque já há muito tempo. Tenho por esta família carinho, como se amigos me fossem. Quem também o acompanha, sabe que há um ano atrás a Joana estava longe de imaginar que um ano depois estaria onde está. Mas a vida é isto, serve para nos mostrar que, quando menos esperamos, dá uma volta de 180graus.

A Joana conta-nos as suas histórias de uma forma tão envolvente, com tanto amor em cada palavra, que ficamos completamente rendidos a ela e a eles. São já um pouco nossos também...

A Joana é um exemplo de trabalhadora, mãe e amiga (todos vemos como cuida carinhosamente do Sr. Ludovino)...e por isso é que tantos a seguem e gostam dela! A vida perfeita não existe..mas quando lutamos por isso, conseguimos alcançar a "nossa perfeição". E essa, é sempre a mais importante!

2 comentários

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    Nuvem

    21.01.19

    Ainda bem
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