Sobre a dificuldade de se ser sozinho
Esta semana o pai cá de casa teve de ir para uma formação de dois dias e ficámos os 3. Fiz compras, fui ver a natação, adiantei o jantar antes de ir buscar o Kiko mas, confesso, estava cheia de medo da logística de fim do dia. Era a primeira vez com dois sozinha. Dar banhos, jantar, brincar e deitar.
Foi complicado porque o Rodrigo decidiu que não queria fazer a sesta que costuma fazer à tardinha e, entre malabarismos, lá consegui tomar eu banho ao mesmo tempo que dei ao Kiko com o Rodrigo na alcofa na casa-de-banho a olhar para nós (quem nunca?). E ainda ajudei o Kiko a fazer uma surpresa para dar ao pai quando voltar (diz que tem saudades 🥺)..
Eram 21h estava a deitar os dois. Senti-me bem por conseguir mas cansada. Adormeci passado pouco tempo.
Isto para dizer que quem faz isto todos os dias sozinha/o é de louvar. Sejam famílias monoparentais, separadas ou longe fisicamente por questões de trabalho, é mesmo duro não termos com quem dividir tarefas, não termos quem,como nós, faça. A verdade é que a dois é muito mais simples: se não pode um ajudar a lavar os dentes, pode o outro; se um não pode ajudar a acabar de comer, por estar a adormecer o bebé, pode o outro. E vamos revezando, fazendo, ajudando. Mas, sozinhos, é tudo nós. E é muito.
As famílias monoparentais são cada vez mais e, numa realidade do século que vivemos, isso mostra o porquê de os pais também chegarem ao fim do dia muito cansados, esgotados muitas vezes. Entre trabalho e família, no quotidiano de tantos, resta pouco tempo livre de qualidade. E a cabeça não perdoa, porque ninguém é forte o tempo todo...
E, sozinhos, é tão mais difícil.